31/08/2014

Em jeito de desabafo

é o modo em que escrevo este post hoje. 

Um desabafo do que me consome, consumem-me as mudanças, não gosto de mudanças, nada mesmo, tenho a capacidade de facilmente me habituar às mudanças que me vão aparecendo na vida, mas inicialmente custa muito. 

Chegámos hoje de férias e com essa chegada duas mudanças, a primeira, amanhã começo a trabalhar, ainda em casa mas já começo a ter que dividir o tempo que tinha em exclusivo para ele com o trabalho, confesso que estou sem vontade nenhuma, esta cabeça está ainda em modo baby, em modo biberão e fraldas e muito longe de processos, códigos e afins. Engraçado, aquilo que há uns meses me dava força para superar os dias chatos está agora a ser chato.

A segunda mudança, a que me vai custar mesmo, a minha mãe hoje foi-se embora, voltou para a sua casa, estava cá em casa desde Dezembro, quando as coisas se complicaram segurou as pontas todas e fez andar o barco, cuidou de mim, dos meus filhos, da minha casa, de todos nós como ninguém.

Não sei o que responder à M. amanhã de manhã quando acordar e perguntar pela avó como faz todos os dias. 

A minha mãe está a 10 minutos de distância, mas o que sinto hoje é como se tivesse viajado para o outro lado do mundo. 

Quando nascem os filhos as mães contam que são assoberbadas por um amor inexplicável, e os filhos? Também nós filhos somos vitimas deste amor inexplicável que sentimos pelas mães, tal como não consigo explicar o amor que sinto pelo meus filhos muito menos consigo explicar o amor que sinto pela minha mãe. 

Amanha será um novo mês, um novo dia, uma nova etapa, vais fazer-me falta, muita falta. 

30/08/2014

Férias, até para o ano!



Sou friorenta, talvez por isso goste tanto de calor, de sol, do verão.

É das 4 estações a minha preferida, a mais especial, lembro-me que num verão aprendi a nadar, noutro verão a andar de bicicleta, no verão ia de avião visitar os meus avós, no verão...o verão deixa marcas e não são só as do biquini.

Os nossos desejados 15 dias de férias acabam amanhã, este ano foram diferentes, trabalhosos, com muita logística, outros horários, outras prioridades, eles sempre eles!

Hoje, dia de despedida, observava da sombra do nosso toldo as despedidas daqueles que nos rodeiam, até para o ano foi a frase que mais ouvi entre abraços bronzeados, beijos salgados, sorrisos já saudosistas e um desejo escondido de que os próximos 365 dias passem num abrir e fechar de olhos.

Até para o ano disse eu para o mar que nos recebe durante 15 dias, segredei-lhe ao ouvido que para o ano não lhe darei a conhecer outro filho meu, mas trarei uma filha ainda mais destemida e um filho que  nele irá mergulhar.

28/08/2014

Que tipo de mãe sou eu?



- Mãe Galinha - Adoro que estejam debaixo das minhas asas


- Mãe Bombeira - Quero sempre ser eu a apagar os fogos todos, leia-se a fazer-lhes tudo

E então? Há mal ao mundo? 

Sou descontraída por natureza e sou descontraída enquanto mãe, irrita-me solenemente que me digam que sou tarada no que toca aos meus filhos, sou como sou, e mais importante, tenho noção da minha maneira de ser quanto a esta questão, talvez mude conforme forem crescendo, ou não! 

25/08/2014

A 100%

É como finalmente me sinto passados todos estes meses!

Não estava fácil poder dizer este número, depois deste episódio e porque fiquei realmente assustada comecei logo a procurar alguém que me pudesse ajudar a recuperar fisicamente, normalmente em casa de ferreiro espeto de pau, mas desta vez não fiz jus ao ditado e recorri à ajuda do padrinho da M. que é PT num ginásio xpto, pedi-lhe que me desse umas dicas para começar a fazer algum exercício, pedi-lhe que me fizesse um plano por escrito para o poder seguir, era importante ter cuidado nos exercícios a fazer para evitar lesões uma vez que os músculos deste meu corpo não trabalhavam há largos meses.

Eis que o meu querido compadre me presenteou com treinos personalizados em casa todas as 3ªs e 5ªs feiras (confesso que me habituava a isto para todo o sempre) entrava lá em casa como quem ia lá almoçar ou jantar mas dada voz de comando para o inicio do treino surgia o seu lado profissional e exemplar e não havia facilitismos, nem margem para desistências ou para não sou capaz.

Após um mês de treinos que me custaram horrores, consegui correr 2 minutos seguidos, bem sei que pode não parecer uma grande proeza mas é, é uma proeza para um corpo que esteve completamente inerte durante quase 7 meses, para uma caixa torácica que o maior exercício que fazia era tomar banho sentada uma vez por semana, para uns músculos que simplesmente deixaram de existir.

O meu obrigada ao melhor PT do mundo que por sinal é meu compadre e sim é daqueles giros, é ele o grande responsável pela minha recuperação física, ele e o sol, finalmente deixei de ter cor de lula.

Agora sim consigo pegar não só nela ao colo mas aos dois ao mesmo tempo, colo, braços, mãos, coração cheio.


24/08/2014

A bisavó deles...


Faz hoje 79 anos! 

Hoje é um dia especial, quis que fosse um dia diferente, quis surpreende-la, surpreender alguém que faz 79 anos e que já viveu intensamente não é tarefa fácil. 

Troquei o acostumado cantar de parabéns ao jantar para o pequeno almoço, fiz-lhe um bolo com ingredientes especiais: amor, alegria e dedicação, preparou-se uma bonita mesa de pequeno almoço, a família de pijama à volta da mesa à espera que ela acordasse, não estava à espera e sorriu logo pela manhã, estava surpreendida. 

Sei que para ela também é um dia especial, festeja o aniversario com um bisneto em cada braço e com uma saúde e lucidez que lhe permite usufrui-los em pleno. 

Sei que olha para trás e diz: valeu a pena! Valeu a pena uma vida de emigrante, uma vida de trabalho, uma vida que apesar de tudo lhe tem sorrido.

Quando pensava que a vida já nada lhe podia trazer de novo foi presenteada com um novo sentimento, um novo amor, o amor de bisavó. 

Quando chegamos à praia perguntei-lhe se tinha gostado da surpresa e dos presentes, sussurrou-me ao ouvido seguido de um abraço: Já me deste o melhor presente do mundo, os teus filhos! 

22/08/2014

3 meses de baby V.

Ela hoje emprestou-lhe o seu Doudou, por segundos mas emprestou.

Ele hoje vestiu uma roupa dela quando tinha 6 meses, já lhe serve, tem gatinhos,  tal como ele está aos meus olhos.


♡♡♡♡

21/08/2014

5 meses de blogue

Este mês festejados de forma diferente, festejados na praia, pés na agua, sol na cara, estava a precisar tanto mas tanto.

A quem está por aqui desde o inicio lembram-se disto?

Finalmente nadei.

A vida é engraçada, equiparo a minha a um puzzle que por vezes se desmonta e se volta a montar, com peças que encaixam ou não, um jogo de paciência que por vezes não se tem.

O meu puzzle está finalmente a ganhar forma outra vez, ganhou duas novas peças o meu V. e este blogue.

Obrigada a quem por ai continua.

♡♡♡♡

19/08/2014

Será que já me sabe de cor?

No bocadinho que consegui estar só eu e ele tentei arrancar-lhe um sorriso, só consegui este ar sério, olha para mim muito atento como que a estudar a minha cara, espero que a tenha já bem decorada.


17/08/2014

Em modo férias


Ontem demoramos 4horas Lisboa - Algarve! 

Entre sopas, transito, biberões, transito, fraldas, transito, choros, transito, 4 horas foi...espectacular, dizia o A. que parecia que estávamos a viajar para Barcelona.

Baby V. nem se deu por ele e Baby M. teve que ser comprada pelo seu doudou (que usa em exclusivo para dormir) para ir em silêncio, estava dentro de uma mala no fundo da bagagem. 

Estava com receio de como iria reagir a M. a dormir numa casa, num quarto que não é o dela, correu bem, muito bem, um alivio. 

Comigo trouxe sono, muito sono para tentar repor, cansaço acumulado que não me parece que 15 dias sejam suficientes para lhe fazer face, mas muita vontade de lhes proporcionar bons momentos de forma que o sono e o cansaço vão ficar para segundo plano como até então. 

Baby V. está um come e dorme, começou a dar os primeiros sorrisos e posso dizer que tenho um sedutor, Baby M. está a acusar as primeiras crises de ciúme, até à data ainda não se tinham feito sentir e tenho tentado dar-lhe mais atenção, ontem dei por mim cheia de saudades dele por não o ter apertado tanto quanto gostaria, gerir dois filhos ou mais nunca é fácil, mas gerir dois filhos com idades tão próximas não se afigura mesmo tarefa fácil. 

Ultimamente sempre que me vê a dar-lhe biberão, diz que também quer leitinho mas tem que ser a mãe a dar, sempre que o vê no meu colo diz-me: tira mamã, sai mamã! 

Tenho que aproveitar estes dias para lhe dar mais atenção, ele não percebe e acaba por ficar um bocadinho para segundo plano, sempre que ela me deixa corro para ele para o tentar compensar. 

Afiguram-se umas férias trabalhosas, com muitos trabalhos de casa de mãe para fazer, há que estudar bem a maneira de gerir a situação, não quero chumbar no exame de nenhum! 

15/08/2014

Malas feitas!

Hoje o dia foi longo, dia de fazer as malas para rumarmos às férias. 

O que outrora fora uma tarefa simples revela-se agora uma tarefa...trabalhosa.

Não tinha problemas de espaço, podia levar tudo o que me apetecia, biquínis eram muitos e acabava por usar sempre o mesmo, era cor de rosa com bolinhas brancas, desbotou de tanto uso, tops muitos, curtos, compridos, com manga, sem manga, aquele especial para aquela noite também especial, sapatos altos, baixos, com tiras, sem tiras, aqueles que acusavam solas gastas das pistas de dança, vestidos, calções, um sem fim de roupa, sapatos e acessórios que iam e vinham praticamente intactos.

Antes era só minha, foi-me oferecida por alguém que me conhecia bem, escolheu-a cor de rosa.

Juntas viajamos por destinos muitos, destinos de calor, de frio, destinos de rumo certo, destinos de rumo incerto...

Quando no meu rumo o encontrei passou a ser dos dois, aprendi a dividir o meu espaço.

Passámos a ser 3 e metade do espaço era para ela o restante para nós os dois, tive que aprender a levar o básico, o essencial e pouco mais.  

Agora somos 4 o espaço é pouco, consegui dividi-lo, não de forma igual, há que me livrar do dispensável, agora é só mesmo o indispensável, fiz malas para 7 dias quando vão ser 15, espero que esta técnica resulte. 

É o milagre da multiplicação de espaço, é tentar não esquecer nada para eles, é rezar para que caiba tudo no carro. 

Vou dormir e quando acordar as férias vão começar!

As primeiras agora que somos 4!

14/08/2014

Compras Online#1

Adoro compras online, adoro a expectativa das coisas a chegarem, de abrir o correio e ter um embrulho. 

O enxoval do V. foi todo comprado online (não tinha outra hipótese), mas na 3ª feira ainda andei a levantar algumas coisas que tinha encomendado para o V. quando estava grávida, mas como a minha vida andou às voltas ainda não tinha tido tempo de ir levantar. 

Fui à Amor às cores, adoro, não pedi para me enviarem via CTT porque gosto de ir lá pessoalmente!

Conheci a Amor às cores ainda grávida da M. muitas coisas do seu enxoval vieram de lá, é tudo um amor mesmo.

Desta vez disse o que queria e escolhi as cores o resto ficou a cargo da imaginação daquelas que têm mãos fadas.

A roca para as férias e o porta documentos.

Não são um amor? Um amor às cores!

Por Aqui! 14/15

A brincadeira preferida - O jogo de brincar com tudo ao mesmo tempo!

Esta naquela fase que quer ver sempre alguém, tentei engana-lo com a Nina, a boneca da M., acho que não consegui!



Exploradora!
O gelado era meu, deixei-a comer, a 1ª vez um só para ela!

13/08/2014

Coisas dela#1

Madalena como é que se chama o pai?
Ilioooooo
E como é que se chama a mãe?
Mamã
Não filha, o nome da mãe? 
Vaca muuuuuuuuu 

12/08/2014

Das coisas que não se perguntam


Vivemos numa sociedade que praticamente nos obriga a esta vida esteriotipada, nascemos e crescemos sempre a perguntarem-nos o que queremos ser quando formos grandes? vamos para a faculdade acabamos o curso e começa a questão, quando é que casas? Casamos e ainda no dia do casamento, queres ter filhos? então e agora o bebé é para quando? depois do 1º filho e ainda na maternidade, para quando um irmão?...

A maternidade tem sido para mim um constante ensinamento, não só enquanto mãe mas enquanto mulher, enquanto pessoa, aprendi que há coisas que não se perguntam, não se pergunta a uma mulher, queres ter filhos? então e quando é que vem o bebé? por trás desta pergunta pode haver uma resposta difícil, uma resposta dolorosa e não a típica resposta, um dia!

Um dia também eu estive grávida não uma mas duas vezes antes da M., foram gravidezes sem sucesso que me foram difíceis de superar, difícil de superar por quem tanto anseia a maternidade. E sim, faziam-me às vezes as perguntas que considero proibidas, por vezes respondia o politicamente correcto, um dia! outras vezes respondia de forma a terminar logo a conversa, quando a natureza o permitir! outras vezes fingia que não ouvia, mas a realidade é que às vezes me apetecia responder de forma mal educada, não tens nada a ver com isso!

Parece que o sentir na pele não me foi suficiente, quando estava ainda grávida do V., e na última consulta antes do parto, encontrei a R. no hospital, a R. foi minha colega de faculdade, daquelas que tive mesmo pena de não conseguir manter como amiga, sempre gostei muito dela, divertida, bem disposta e sempre de sorriso na cara, perguntei-lhe se estava grávida e por isso estava ali, arrependi-me de imediato, mas respondeu-me que sim e suspirei de alivio, perguntei-lhe se era a 1ª vez, tinha a sensação de que ainda não tinha filhos raios partam o Facebook, respondeu-me que não, já tinha tido uma gravidez anterior e perdera.

Não foi por mal queria de alguma forma transmitir-lhe confiança e esperança e começo a dizer-lhe que não fique triste afinal de contas não conseguir levar uma gravidez a bom porto é mais comum do que se pensa e que eu própria antes da M. tinha perdido uma vez com 9 semanas outra vez com 10 semanas, e o stress a que estamos sujeitos e bla bla bla e ela de imediato me calou: Eu estava de 35 semanas! 

Fiquei literalmente sem chão, gelei, engoli em seco, afinal eu estava quase a fazer 35 semanas, senti-me a pessoa mais estúpida ao cimo da terra, na minha cabeça imaginava-me a bofetear-me a mim própria, desfiz-me em desculpas e disse-lhe que me sentia ridícula. 

Este episódio tem quase 3 meses e todos os dias me assalta o pensamento, não consigo esquecê-lo por nada.

Aprendi de uma vez por todas que há coisas que não se perguntam.

Querida R., mais uma vez desculpa! Um beijo do tamanho do mundo

09/08/2014

Este Sábado

Viemos jantar fora. 

Os 4 pela 1ª vez! 

Lisboa recebe-nos e abraça-nos com uma noite quente, aos poucos estamos a retomar a nossa vida, os nossos hábitos, os sorrisos na cara e os suspiros de alivio. 

08/08/2014

Das coisas que não se medem

Ontem a minha amiga R.M. daqui perguntava-me se já tinha escrito à Cocó por causa deste post, respondi-lhe que sim, não fosse eu leitora daquele blogue há muito tempo e solidária com a situação, bem sei o quanto sabe bem uma mensagem de força, escrevi a dizer-lhe que sabia o que estava passar, que também tinha estado de cama na gravidez, que nós mulheres e mães conseguimos tudo sempre de sorriso na cara e para ter pensamento positivo e não me alonguei mais não entrando em qualquer pormenor da minha experiência.

Mas não foi a única a comentar este assunto comigo, mais uma amiga comentou comigo o assunto acabando o mesmo com: Aquilo que tu passaste não tem comparação, contigo foi muito pior! 

Há coisas na vida que só se entendem a longo prazo e eu aprendi que há experiências de vida que não têm forma de ser medidas, não há forma de se quantificar,  e a realidade é que existem milhares de mulheres com experiências idênticas ou piores à minha, e certamente algumas delas podem achar que a experiência delas foi muito mais difícil do que a minha, eu própria pensei isso (presunçosa), pensava que a minha experiência era muito pior do que a da grávida do quarto ao lado por isto ou por aquilo. Claro que não foi, cada experiência é uma experiência, muitas das vezes a dificuldade em ultrapassar depende da nossa disposição para enfrentar a situação e eu fui, apesar de tudo, sempre bem resolvida, ou era isso ou dar em doida, optei pela primeira opção.

E foi por isso que não me alonguei muito nas minhas palavras, estas experiências além de fisicamente mexem com outros "mente" tais como psicologicamente, familiarmente, amorosamente e por ai fora, e o que é para mim não é para ti.

07/08/2014

Por aqui! 7/15






Continua sem o largar, e eu, a adorar! 

Férias à porta


Hoje acordei e pensei que tinha dormido até ao Inverno, que raio de tempo, logo agora que estou a contar os dias para ir de férias, este ano tão mas tão merecidas.

O ano passado por motivos profissionais tivemos uma única semana de férias o ano inteiro, este ano ainda não tivemos férias, e aos engraçadinhos que me dizem que estive de férias desde Dezembro, que estive confortavelmente deitada durante meses e que certamente não estou cansada só tenho uma coisa a dizer...boas férias! 

Ponderámos muito antes de decidirmos ir de férias rumo ao sul, ele ainda é tão pequenino que inicialmente pensámos ficar mesmo por Lisboa e por aqui andar a passear e fazer praia, mas depois concluímos que certamente não seria a melhor opção e que nos fazia bem sair um bocadinho daqui, mudar de ares e tentar voltar renovados. 

Bem sei que este ano nos esperam umas férias completamente diferentes, o ano passado a M. era muito bebé, não andava e era mais fácil de gerir, estou mortinha para a ver correr pelo areal, para a ver molhar os pézinhos no mar, apanhar conchinhas à beira mar e juntas construirmos castelos mas bem sei o resto que me espera, desde que os filhos nascem que as férias passam a deixar de ter aquele conceito de dolce far niente, férias com eles vão ser incompatíveis com dormir, relaxar, preguiçar, jantaradas após um fim de dia de praia, férias com eles é: 

acordar às 7h com o entusiasmo dela a gritar praia, mando-lo ao pão para fazer as sandes, despachar os miúdos e pô-los logo ali no meio da sala com os baldes e forminhas, tentar vestir-me e rezar para não perder uma lente enquanto ela trepa pelas minhas pernas a dizer vamos embora, preparar a lancheira, besuntar todos de factor 50 antes de sair de casa, reunir sacos e saquinhos, chapéus de sol e cadeiras, no caminho ele perguntar-me se não me esqueci de nada porque só tenho 4 sacos, duas mochilas, duas lancheiras, dois chapéus de sol e 1 cadeira, caramba tens razão, volta para trás esqueci-me da tenda para o V., chegar à praia, armar a tenda, espetar os chapéus na areia, arrumar a tralha e besuntar creme outra vez, dar-lhe leitinho e mudar-lhe a fralda, ela vestir o fato de banho cor de rosa quando queria o vermelho, irmos molhar os pés à vez, ela ter frio e aninhar-se no meu colo, ver areia no ar baldes e forminhas a voar quando ela acorda da sesta, conseguir despir-me passado uma hora de ter chegado à praia, ela atirar areia para cima dele, ele chorar porque tem calor, comer uma bola de berlim, ela esfolar-me com a areia dos pés, voltar a reforçar o protector, fazer piscinas e castelos de areia, dar frutas e bolachas, deitarmo-nos a lagartar também à vez, comer um gelado...já chega, não quero pensar mais como é que vai ser, prefiro ficar na expectativa e continuar a contar os dias.

05/08/2014

A nossa casa...




cheira a comida!
tem coisas fora do lugar!
tem alma! 
tem VIDA!

Tem brinquedos espalhados por todo o lado, livros fora das estantes, canetas e lápis que a qualquer momento podem colorir o sofá ou a parede, migalhas de bolachas Maria no chão, sapatos fora dos pés, almofadas no chão... ela quer explorar o mundo e a nossa casa é o seu mundo.

A nossa casa é bonita e bem decorada, bonita porque tem luz, cor e harmonia, bem decorada com ELES e por ELES.

Os bibelots, jarras e enfeites deram lugar a Minnies e Kittys, jogos e bolas, aos seus brinquedos e a nossa casa está agora ainda mais bonita, tem alegria, tem risos e gargalhadas, tem VIDA. 

Não lhe chamo uma casa desarrumada, não são as casas para usar, para usufruir, para viver? 

04/08/2014

A 1ª vez que lhe escrevi

Quando soubemos que eras um rapaz 

Antes de existir o blogue eu já lhe escrevia um género de diário, hoje em arrumações encontrei as primeiras palavras que lhe escrevi, o começo de tudo. 

Mal sabia eu o que me esperava, o que ainda tinha pela frente! 

Lisboa, 15 de Janeiro de 2014

Querido Vicente,

Andava já há algum tempo a pensar em escrever-te, agora tenho muitoooooooooo tempo, também o quis fazer para a tua irmã, mas este é sem dúvida um dos meus maiores defeitos, ter ideias e não as por em practica, minha querida Madalena, desculpa não ter cumprido contigo!

Hoje é o 36º dia de uma longa caminhada que juntos temos pela frente, vou-te contar:

Dia 16 de Outubro de 2013, descobrimos que vinhas a caminho, confesso que fiquei muito assustada, eu e o papá, andámos uns dias meios perdidos, até que chegamos à conclusão que tu eras o elemento que faltava para completar a nossa família, pobres mas felizes como eu dizia J

Foste um bebé muito desejado, não estavas nos planos para já mas queríamos muito ter-te nas nossas vidas, adoro estar grávida, adoro esta possibilidade de ter-te só para mim e levar-te para onde quiser, mas a tua gravidez não está a ser fácil, tudo correu normalmente até dia 11 de Dezembro, nesse dia ao chegar de Vila Nova de Gaia de um julgamento, tive uma perda de sangue, fiquei muito assustada, a médica observa e diz que aparentemente era um pequenino descolamento que exigia apenas uma semana de repouso absoluto e que tu estavas bem. 

Foi uma semana MUITO difícil para mim, estava sozinha com a mana, o pai em Angola, a Avó N. tinha a cadela Matilde muito doente, o que me obrigou a ter que deixar a mana com a Avó L., nunca tinha dormido sem a tua irmã, e nunca teria acontecido se não fosse esta situação, estar longe dela custa-me muito, não suportei estar sem ela, a casa estava mais vazia do que nunca.

Tentei ter uma semana calma, mas dia 17 de Dezembro, tudo volta a mudar, mais uma perda, mas desta vez, muito grande, enorme mesmo, pensei o pior, aliás já estava mentalizada para o pior, fui o caminho todo a dizer ao Avô J. que nunca mais ia engravidar, ele manteve-se todo o caminho em silêncio, pensava o pior e não tinha coragem de dizer, o sangue que estava no estofo do carro falava por si, a médica só de ver a minha roupa tinha escrito na testa, abortaste de certeza, deita-me de forma a que eu não consiga ver o que se passa no ecran enquanto faz a ecografia, a muito medo diz-me: o bebé está vivo! Foi uma felicidade, ver-te feliz e contente e nada contigo J

Tive que ficar internada, o corpo clínico não consegue afirmar que a gravidez consiga vingar, fiquei no hospital até dia 22 de Dezembro, volto para casa, com ordens de repouso absoluto por tempo indeterminado, no decorrer desse internamento, ficamos a saber que és um rapaz, eu fiquei muito feliz por seres um menino, sabia que seria uma delícia de notícia para o teu pai que não cabia nele de felicidade, a frase que caracteriza o momento: Bechinha nem que fiques ai 3 meses mas por favor aguenta esse miúdo.

Passa o Natal, que de alegria só mesmo a tua irmã toda contente com o cãozinho cor de rosa que lhe oferecemos e chamámos Pompom.

O repouso em casa está a ser cumprido à risca, tão à risca que quando as coisas estiveram complicadas foram 5 dias sem tomar banho e 9 sem lavar o cabelo, tinha medo até de respirar quanto mais de me mexer.

Dia 29 de Dezembro, acordo e deitada, sinto mais uma vez que as coisas não estão bem, chamo o pai e peço-lhe para me levar para o hospital novamente, outra vez a ideia do pior a assombrar-me, no hospital sou observada, é confirmado que estou a perder novamente sangue, ecografia, novo sufoco, nova falta de ar até ouvir mais uma vez: o bebé está bem!

Foi a 1ª vez que o teu pai te viu, seguiram-se mais 15 dias de internamento, as coisas começam finalmente a acalmar no decorrer do internamento, foram 15 longos dias, uns mais bem disposta que outros, uns mais fáceis do que outros, a passagem de ano foi ali mesmo, na cama do hospital com o teu pai, adeus 2013 olá 2014 espero que me tragas o meu bebé bem e saudável, foi este o meu primeiro desejo do ano, desejei-te a ti!

De volta a casa, tivemos que a adaptar para termos os dois condições para passar dias e dias a fio de cama sem nos mexermos (não sei quanto dias ainda vão ser mais, espero que não muitos) a cama articulada no meio da sala, fica bem na decoração ahahahahah, vou tirar fotografias para depois veres.

Estou em casa há 5 dias e as coisas estão a melhorar, tudo mais calmo, mais sereno a ver vamos como vai ser daqui para a frente.

Já te sinto, ao longe mas sinto, acredito que vai correr tudo bem, acredito que juntos vamos conseguir e não tarda te tenho nos meus braços. 

Um beijo da Mãe.


01/08/2014

Por aqui! Dia 1/15



Passou o tempo todo a querer por-lhe as pulseiras nos pés, tive que o esconder. 


Das Parecenças

Perguntam-me muitas vezes com quem é que ele é parecido.

Quando ela nasceu todas as pessoas diziam que era igualzinha ao A. e era mesmo, era assim*, com ele as comparações não são imediatas, há quem diga que é parecido comigo, há quem diga que é parecido com o A. e há quem diga que é com ela mas numa versão menos morena e cabeluda, mais careca e loirinho.

A realidade é que eu os acho muitos parecidos, parecidos na forma como se aninham no meu peito, no suspiro quando os beijo, no olhar quando me vêem, no toque quando me sentem.

Pouco me importa se um tem os olhos da mãe, a boca do pai e se o outro tem as mãos da mãe e o nariz do pai, quero muito que sejam parecidos connosco no sorriso, sorriem porque são saudáveis, porque são felizes, porque simplesmente a vida lhes sorri. 

Baby M.


Baby V.

Baby M.

Baby V.
Baby M.

Baby V.

*(também pela lente da Catarina)

♡♡♡♡

Os próximos 15 dias...



... vão ser uma aventura! 

O ano lectivo acabou, escola até Setembro!

Vamos estar os 3 sozinhos durante 15 dias, literalmente SOZINHOS das 10h às 19h.

Que a aventura comece em 3...2...1...GOOOOOOOOOO :-) :-) :-)

♡♡♡♡